Divisão de circuitos elétricos na instalação

Sempre há muita polêmica quando se fala sobre a divisão de circuitos em residências e é consenso que a maioria das residencias hoje não possui uma distribuição adequada dos circuitos elétricos. O maior motivo do tema ser polêmico são as pessoas que não tem sua casa uma correta divisão de circuitos de menosprezarem sua importância com frases do tipo: “Aqui sempre funcionou assim, não precisa ser mudado”.

Possuir uma correta divisão de circuito garante que sua instalação seja segura e não haja desperdício de energia elétrica, alem de facilitar futuras manutenção e diminuir as ocorrências das mesmas.

A norma NBR 5410:2004 Instalações elétricas de baixa tensão, é clara com relação as regras que devem ser seguidas para uma correta distribuição de circuitos, vejamos o que diz a norma:

9.5.3 Divisão da instalação

9.5.3.1 Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito independente.

Podemos ainda concluir considerando este item que os circuitos mistos ou não dedicados não devem ultrapassar potências de 1200 W em tensão de 127 V (1200 W de forma a arrendondar o circuito) e 2200 W em tensão de 220 V.

Desta forma também fica claro que em um instalação residencial o chuveiro deve possuir um circuito exclusivo por ser um equipamento que trabalha com uma corrente elétrica muito superior a 10 A.

9.5.3.2 Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas desses locais.

Normalmente é nestes tipos de cômodos citados acima que se encontram os equipamentos de uma residência que demanda maior corrente elétrica na residencia, como maquinas de lavar, fornos e fornos microondas, ferro de passar e etc.

Trecho de diagrama unifilar.

Diagrama unifilar.

 

9.5.3.3 Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral de 4.2.5.5, que pontos de tomada, exceto aqueles indicados em 9.5.3.2, e pontos de iluminação possam ser alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições sejam simultaneamente atendidas:

a) a corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve ser superior a 16 A;

b) os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e

c) os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

Obs.: Segue item 4.2.5.5

4.2.5.5 Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos de utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada.

 

Esta ultima parte compreende um ponto muito polêmico entre os eletricistas e profissionais da área da eletricidade que desconhecem os tópicos da norma. E comum ouvir destes profissionais que todo circuito de tomada deve ser separado do circuito de iluminação, mas o tópico acima cria exceções a esta regra.

Considerando uma casa com poucos cômodos um circuito somente de iluminação possuiria poucos amperes de corrente, existem casos com correntes de 5 A ou menos (com as atuais tecnologias de led que exigem muito pouca corrente da rede). Comercialmente é até complicado encontrarmos disjuntores para proteger circuitos assim, ficando normalmente o disjuntor superdimensionado.

Estas regras não devem ser encaradas pelos profissionais menos instruídos nas normas como dicas e sim com regras que devem ser seguidas de modo a se cumprir a o que determina a norma.

 

 

Fonte e credibilidade: https://www.mundodaeletrica.com.br/divisao-de-circuitos-eletricos-na-instalacao/