Verificação elétrica: ensaios previstos na ABNT NBR 5410/2004

O segundo ensaio previsto para a verificação da instalação elétrica está descrito no subitem b, no item 7.3 do capítulo 7 da ABNT NBR5410/2004, versão corrigida de 2008. Trata-se da Resistência de Isolamento da Instalação Elétrica, na qual define, primeiramente, o tipo de equipamento que deve ser utilizado. A tabela 60 da ABNT NBR 5410/04* estabelece a tensão de ensaio que varia entre 250 e 1000 Vcc, capaz de fornecer uma corrente de 1 mA em corrente contínua. Esta mesma tabela define os valores de resistência de isolamento em cada tensão aplicada.

Tabela 60 ABNT NBR 5410/2004A segunda definição aborda como serão ensaiados os condutores, uma vez que o ensaio é realizado entre os condutores vivos, tomados dois a dois: primeiro entre as fases (fase-fase), depois entre uma fase e o neutro, repetindo para todas as fases e, por último, entre os condutores vivos (fase ou neutro) e o condutor de proteção (condutor terra). Algumas recomendações para estes ensaios podem e devem ser levadas em consideração. No caso das medições entre os condutores vivos e o condutor de proteção, é possível interligar os condutores neutro e fase para a medição. Já no caso de esquema de aterramento tipo TN-C, o condutor neutro deve ser considerado parte da terra.

É importante ressaltar que para este ensaio é obrigatória a desconexão dos equipamentos, para não influenciarem os valores medidos e eventualmente serem danificados, já que as tensões aplicadas podem ultrapassar os limites de cada equipamento.

Caso esta medição de resistência de isolamento seja realizada em instalações que possuam dispositivos eletrônicos como, por exemplo, em centros de processamentos de dados – call center, centro de pesquisas etc., o método de medição deve então ser modificado para preservar a integridade e o funcionamentos destes dispositivos. A medição deve ser realizada da seguinte maneira:

·         Deve-se medir entre o sistema de aterramento de um lado e todos os outros condutores interligados do outro lado.

Vale lembrar que os ensaios não devem ser destrutivos, portanto, é preciso tomar cuidado durante os procedimentos

Como parte dos ensaios previstos na ABNT NBR 5410/2004 é importante avaliar os equipamentos disponíveis e suas qualidades, antes de realizar qualquer ensaio.

Dando continuidade aos artigos sobre ensaio de uma instalação elétrica, previsto no capítulo 7 da ABNT NBR 5410/2004 – versão corrigida 2008, temos o subitem “d” que traz o ensaio de seccionamento automático da alimentação. Este item requer um conhecimento mais aprofundado da instalação, já que o ensaio e o resultado dependerão do esquema de aterramento escolhido e instalado, bem como o sistema de proteção contra falta adotado. Neste ensaio, a verificação é realizada na proteção por equipotencialização e, também, pelo seccionamento automático da alimentação. A primeira ação a ser tomada é conferir se o ensaio de continuidade previsto no subitem “a” desta mesmo norma e capítulo tenham sido realizados, e, portanto, não haja falhas.  A definição do esquema de aterramento definirá o tipo de ensaio que realizaremos como segue:

Esquemas TN

No esquema de aterramento TN, deve-se verificar a conformidade em relação as características do dispositivo de proteção e a impedância do circuito. Estas devem ser tais que, se ocorrer uma falta entre fase e terra (condutor de proteção), o seccionamento ocorra em, no máximo, o valor especificado pela tabela 25 da ABNT NBR5410/2004 – versão corrigida 2008

Tabela 25 – Tempo de seccionamento para esquemas TN – ABNT NBR5410/2004 – versão corrigida 2008

Para que a condição de segurança seja atendida, a impedância do percurso da corrente de falta, multiplicado pela corrente de atuação do dispositivo de proteção no tempo especificado na tabela acima, deve ser menor ou igual a tensão nominal entre fase e neutro.

Zs . Ia >= U0.

Neste caso, a norma permite que seja usado o dispositivo de proteção a sobrecorrente (disjuntores) ou a corrente diferencial residual (DR), sendo o DR não permitido para o esquema TN-C

As medições de impedância da corrente de falta estão descritas no anexo K da ABNT NBR5410/2004 versão corrigida 2008, que apresenta dois métodos, o método K1 que realiza a medição através da queda de tensão, onde uma carga resistiva variável é inserida no circuito e depois retirada, e as medidas da tensão e da corrente aplicadas na fórmula abaixo para obter o resultado da impedância medida.

Z= U1 + U2 / Ir onde:

Z – Impedância percurso da corrente de falta

U1 – Tensão medida sem carga

U2 – Tensão medida com carga

Ir – corrente na carga

E o método K2, que propõe a aplicação de uma fonte separada, e a desconexão da alimentação normal, além do curto-circuitação do primário do transformador. Neste caso, o cálculo da impedância é dado pela fórmula:

Z = U / I

Onde Z – Impedância do circuito de falta

U – Tensão medida

I – Corrente medida.

Outra maneira de se obter a impedância da corrente de falta está em medir a resistência dos condutores de proteção, desde que seja satisfeita as seguintes condições:

ü  Não haja elementos ferromagnéticos interpostos entre a linha e o condutor de proteção, este incorporado à mesma linha que contém os condutores de fase.

ü  A seção do condutor PE não seja superior a 95 mm2

Ainda para esquemas TN, o ensaio deve contemplar a verificação das características do dispositivo de proteção (inspeção visual) e no caso do uso de DR, o ensaio de funcionamento (pressionando o botão de teste do DR e verificando a atuação).

Fonte e credibilidade: https://www.flukeacademy.com.br/blog/post/50/verifica%C3%A7%C3%A3o_el%C3%A9trica:ensaios_previstos_na_abnt_nbr_5410/2004%E2%80%93_parte_iv