
Dando continuidade aos artigos sobre ensaio de uma instalação elétrica, previsto no capítulo 7 da ABNT NBR 5410/2004 – versão corrigida 2008, temos o subitem “d” que traz o ensaio de seccionamento automático da alimentação. Este item requer um conhecimento mais aprofundado da instalação, já que o ensaio e o resultado dependerão do esquema de aterramento escolhido e instalado, bem como o sistema de proteção contra falta adotado. Neste ensaio, a verificação é realizada na proteção por equipotencialização e, também, pelo seccionamento automático da alimentação. A primeira ação a ser tomada é conferir se o ensaio de continuidade previsto no subitem “a” desta mesmo norma e capítulo tenham sido realizados, e, portanto, não haja falhas. A definição do esquema de aterramento definirá o tipo de ensaio que realizaremos como segue:
Esquemas TN
No esquema de aterramento TN, deve-se verificar a conformidade em relação as características do dispositivo de proteção e a impedância do circuito. Estas devem ser tais que, se ocorrer uma falta entre fase e terra (condutor de proteção), o seccionamento ocorra em, no máximo, o valor especificado pela tabela 25 da ABNT NBR5410/2004 – versão corrigida 2008

Tabela 25 – Tempo de seccionamento para esquemas TN – ABNT NBR5410/2004 – versão corrigida 2008
Para que a condição de segurança seja atendida, a impedância do percurso da corrente de falta, multiplicado pela corrente de atuação do dispositivo de proteção no tempo especificado na tabela acima, deve ser menor ou igual a tensão nominal entre fase e neutro.
Zs . Ia >= U0.
Neste caso, a norma permite que seja usado o dispositivo de proteção a sobrecorrente (disjuntores) ou a corrente diferencial residual (DR), sendo o DR não permitido para o esquema TN-C
As medições de impedância da corrente de falta estão descritas no anexo K da ABNT NBR5410/2004 versão corrigida 2008, que apresenta dois métodos, o método K1 que realiza a medição através da queda de tensão, onde uma carga resistiva variável é inserida no circuito e depois retirada, e as medidas da tensão e da corrente aplicadas na fórmula abaixo para obter o resultado da impedância medida.
Z= U1 + U2 / Ir onde:
Z – Impedância percurso da corrente de falta
U1 – Tensão medida sem carga
U2 – Tensão medida com carga
Ir – corrente na carga
E o método K2, que propõe a aplicação de uma fonte separada, e a desconexão da alimentação normal, além do curto-circuitação do primário do transformador. Neste caso, o cálculo da impedância é dado pela fórmula:
Z = U / I
Onde Z – Impedância do circuito de falta
U – Tensão medida
I – Corrente medida.
Outra maneira de se obter a impedância da corrente de falta está em medir a resistência dos condutores de proteção, desde que seja satisfeita as seguintes condições:
ü Não haja elementos ferromagnéticos interpostos entre a linha e o condutor de proteção, este incorporado à mesma linha que contém os condutores de fase.
ü A seção do condutor PE não seja superior a 95 mm2
Ainda para esquemas TN, o ensaio deve contemplar a verificação das características do dispositivo de proteção (inspeção visual) e no caso do uso de DR, o ensaio de funcionamento (pressionando o botão de teste do DR e verificando a atuação).
Fonte e credibilidade: https://www.flukeacademy.com.br/blog/post/50/verifica%C3%A7%C3%A3o_el%C3%A9trica:ensaios_previstos_na_abnt_nbr_5410/2004%E2%80%93_parte_iv