Um no-break barato e muito eficiente

Por menos de 100 Reais, garanta o fornecimento ininterrupto de energia para seu sistema de CFTV.

Uma solução mais simples e  mais eficiente que os melhores no-breaks do mercado. E com 10 horas de autonomia!

É preciso instalar um no-break?

Sim, com certeza.

Qualquer sistema de segurança, seja de CFTV, alarme, controle de acesso, choque, etc.  só se torna eficiente se for dimensionado para operação 24/7, mesmo se faltar energia.

Daí a necessidade do no-break.

No caso de um sistema  de CFTV, todas as câmeras, DVRs ou NVRs, conversores de sinal ativos, switches e qualquer outro equipamento que necessite de uma fonte de energia para operar deverá estar conectado ao sistema de no-break.

 

Como o no-break funciona?

 

Basicamente, o no-break ou UPS em inglês  (Uninterrupted Power Supply – Fornecimento de energia sem interrupção),  é instalado entre a entrada de alimentação dos equipamentos  do sistema de CFTV e o ponto de energia elétrica.

 

Além de fornecer a alimentação para os equipamentos, o no-break também  carrega um banco de baterias. Quando ocorre uma interrupção no fornecimento de energia, o no-break imediatamente passa a utilizar a carga das baterias para continuar fornecendo energia para o sistema.

 

Potência do no-break

A potência do no-break deve ser dimensionada conforme o consumo dos equipamentos em VA (Volt – Amperes).

Por exemplo, um no-break de 600 VA  é suficiente para alimentar um conjunto computador / monitor / impressora.

Como calcular a potência do no-breakPara cada equipamento, multiplique a tensão de alimentação pela corrente de consumo. 

Exemplo: Câmera 12 VDC, 0,5 A = 12 x 0,5 = 6 W              

DVR 12 VDC, 3 A = 12 x 3A = 36 W 

Portanto, um DVR com 16 câmeras de 0,5 A consome  36 + (16×6) = 132 W 

Para se obter a  capacidade  mínima do no-break em VA, divida 132 por 0,7 = 188 VA

Autonomia do no-break

 

Quando o no-break começa a utilizar as baterias para fornecer energia para os equipamentos, obviamente, elas começam a se descarregar.

 

Esse tempo que as baterias levam para se descarregar, suspendendo o fornecimento de energia, é chamado de autonomia do no-break.

 

Os no-breaks para computadores – normalmente com baterias internas – costumam ter uma autonomia de cerca de 15 minutos, mais do que suficiente para salvar seus trabalhos e  desligar o computador, pois esse é o objetivo deles: Evitar que você perca seu trabalho atual quando faltar energia.

 

Esse tipo de raciocínio não se aplica para um sistema de segurança, que deve se manter operante até que o fornecimento de energia seja restabelecido.

 

O que se sugere é uma autonomia de no mínimo 10 horas, mais do que suficiente para a maioria das situações. Neste caso, os no-breaks costumam utilizar um banco de baterias externo, devido à maior capacidade de corrente exigida.

 

Classes de no-break

 

Existem 2 classes de no-breaks:

 

– No-breaks off-line, mais simples e baratos.

 

– No-breaks online, mais sofisticados e confiáveis, nos quais se baseia a solução aqui oferecida.

 

Os no-breaks off-line são os mais utilizados em sistemas de CFTV.

 

 No-break standby (off-line)

 

Neste no-break, uma chave automática fica normalmente comutada para receber a entrada de energia da rede e passá-la para os equipamentos. Na falta de energia essa chave comuta para receber a alimentação das baterias através de um circuito inversor.

 

 

 

 

Na verdade esse tipo de equipamento não poderia ser chamado de no-break, pois existe uma breve interrupção no fornecimento de energia no momento da comutação. Então o nome mais adequado para ele seria short-break (pequena interrupção).

 

Porém, por ser muito pequena, em torno de 5 milissegundos, essa interrupção acaba sendo compensada pelo circuito eletrônico das fontes de alimentação.

 

O problema é que um no-break standby em condições normais de fornecimento de energia, ou seja, na maior parte do tempo, não evita que as flutuações de tensão  diárias diminuam a vida útil dos equipamentos.

 

Por isso ele é recomendado mais para pequenos equipamentos de escritórios e residências.

 

No-break de dupla conversão (online)

 

O no-break de dupla conversão é assim chamado pois a energia elétrica de entrada, que é AC (corrente alternada) é convertida em DC (corrente contínua) e reduzida para 12 V para alimentar as baterias.

 

As baterias, por sua vez, são ligadas à um circuito inversor que reconverte a tensão DC de 12 V novamente em AC, também elevando-a novamente para o nível da tensão de entrada que no exemplo abaixo é de 110 VAC.

 

 

Como a tensão senoidal é regenerada no conversor, sua forma de onda é limpa e bastante estável. Muito melhor do que a energia fornecida pela rede elétrica.

 

Por esse motivo, esse tipo de no-break é mais utilizado em aplicações críticas, tais como servidores, hospitais e outros equipamentos que precisam operar 24 horas por dia.

 

Sistemas de CFTV também precisam operar 24 horas por dia e, portanto, também deveriam utilizar esse tipo de no-break que,

por ser muito caro*, acaba se tornando proibitivo para aplicações em CFTV.

 

Devido à maior complexidade de seu circuito, no-breaks de dupla conversão não conseguem ter um preço competitivo quando projetados para potências  menores, sendo mais encontrados nas potências de 5 a 10 KVA.

 

Em busca do no-break ideal

 

Como vimos acima, por falta de opção mais viável,  sistemas de segurança estão usando no-breaks offf-line, que não são adequados para aplicações 24/7.

 

O ideal  seria utilizar algo parecido com os no-breaks online, porém a um custo igual ou inferior a um no-break off-line. Esse era o desafio.

 

Um fato que chamou minha atenção é que equipamentos utilizados em sistemas de segurança (câmeras, controladores de acesso, sensores, etc.)  têm uma característica peculiar se comparados à outros tipos de equipamentos: Todos eles são alimentados em 12 VDC, ou seja, sempre existirá uma fonte de alimentação 12 VDC, ligada à saída do no-break.

 

A solução pode estar aí…

 

Analisando o circuito de um no-break online conectado à uma fonte 12 VDC:

 

 

Vemos que a alimentação passa pelas seguintes etapas até chegar nos equipamentos:

 

a. Entra 110 VAC;

 

b. O circuito 1 reduz a  tensão para 12V e a transforma em corrente contínua (DC);

 

c. A tensão 12 VDC carrega o banco de baterias e é aplicada na entrada do inversor;

 

d. O circuito 2, que é o inversor, transforma novamente a tensão em AC e também a eleva novamente para 110 VAC, aplicando-a na entrada da fonte 12 VDC;

 

e. O circuito 3, que é uma fonte de alimentação, converte novamente a tensão em corrente contínua (DC) e a reduz novamente para 12 V

 

Reparem as palavras novamente que eu propositadamente grifei em negrito.

 

Se os equipamentos de segurança trabalham com 12 VDC, para que precisamos de um inversor?  Para transformar novamente a tensão 12 VDC em 110 VAC para que a fonte depois transforme-a novamente em 12 VDC? Por que não alimentar os equipamentos diretamente na bateria, eliminando os circuitos 2 e 3?

 

Ficaria um no-break muito mais simples e eficiente, pois circuitos eletrônicos não são 100% eficientes; uma parte da energia que passa por eles é dissipada em calor. Sendo assim, quanto menos circuitos tivermos, mais eficiente, econômica (menor consumo de energia) e ecológica será a solução.

 

O circuito final ficaria assim:

 

 

Ao invés de um no-break e uma fonte, seria necessário apenas um carregador de bate

 

O fusível de proteção é necessário para evitar que um curto na instalação coloque os terminais das baterias em curto.

 

Para dimensioná-lo, divida o valor da corrente de consumo das câmeras por 0,75. Se não coincidir com um valor de mercado, escolha o valor mais próximo acima.

 

Exemplo:  Se sua instalação consome, no pior caso (IRs das câmeras acionados), uma corrente de 10 A, então escolha um fusível de no mínimo, 13,33 A. Provavelmente, o valor de mercado mais próximo será de 15 A.

 

Não esqueça de redimensionar o fusível sempre que acrescentar mais itens no sistema, pois a corrente de consumo irá aumentar.

 

Dimensionando o no-break ideal

 

Agora só faltava dimensionar esse carregador de baterias e definir a capacidade das baterias (Ah);

 

Como essa não é a minha especialidade, pedi a ajuda de um colega, engenheiro eletrotécnico, que é considerado um dos maiores entendidos em baterias no Brasil.

 

As informações que ele me passou foram:

 

– Qualquer fonte de alimentação pode ser utilizada como carregador de baterias, desde que sua saída seja regulável e esteja ajustada para a tensão de carga das baterias. Uma boa sugestão são aquelas fontes tipo gaiola, que são oferecidas com capacidades entre 5 a 30 A e sua saída pode ser ajustável entre 10,6 a 14 VDC através de um trimpot.

 

 

– A tensão de cada elemento das baterias estacionárias varia de 1,75 a 2,25 VDC. Como são seis elementos, o trimpot  da fonte (V ADJ na foto acima) deve ser ajustado para uma tensão de saída  de 13,5 VDC.

Fonte como carregador de  baterias?

 À essa altura você deve estar pensando: – Não vai funcionar! Quando a bateria estiver totalmente carregada, a fonte vai continuar enviando corrente, o que vai acabar queimando a bateria! 

A corrente elétrica só circula quando existe uma diferença de potencial entre 2 pontos. Quando a bateria estiver carregada, ela estará com uma tensão de 13,5 VDC, que é a mesma tensão da fonte. 

Se as tensões são idênticas, a corrente elétrica deixará de circular entre a fonte e a bateria.

 Por isso é extremamente importante que a fonte esteja regulada em 13,5 VDC.

 

ATENÇÃO: NUNCA UTILIZAR BATERIAS AUTOMOTIVAS EM NO-BREAKS!

Mais detalhes no quadro no final deste artigo

 

– A melhor condição de operação para uma bateria estacionária é quando os equipamentos conectados à ela consomem no máximo 10% de sua capacidade total, o que dá  uma autonomia de 10 horas, tempo bastante razoável para se manter um sistema de segurança em operação durante uma queda de energia.

 

– O banco de baterias deve trabalhar com uma folga de 70%, pois não há como garantir que as baterias estarão com sua carga máxima quando ocorrer uma queda de energia.

 

Por exemplo, se a soma das correntes de consumo das câmeras mais o DVR for igual a 5 Ah, para que o banco de baterias trabalhe fornecendo 10% de sua capacidade, ele deve ser de no mínimo 10 x 5 Ah = 50 Ah. Mas, para se ter  uma folga de 70% => 50 Ah / 0,7 = 71,42 Ah.

 

– Dimensionar a fonte de alimentação para trabalhar com até 80 % de sua capacidade máxima, para que sua vida útil não seja comprometida.

 

Por exemplo, uma fonte de 10 A deve trabalhar com uma carga máxima de 8 A.

 

Do exposto acima, podemos tirar as seguintes conclusões:

 

A corrente da carga (soma da corrente de consumo dos equipamentos) somada à corrente de carga da bateria não deve ultrapassar  80% da corrente da fonte.

 

Como a corrente de carga da bateria deve ser 10% da capacidade da bateria:

 

Corrente da carga + 10% da capacidade da bateria = 80% da capacidade da fonte (1)

 

Por outro lado, para que a autonomia seja de 10 horas, o consumo da carga vezes 10 não deve ultrapassar 70 % da  capacidade da bateria (2)

 

Colocando os enunciados acima como fórmulas, sendo L, a corrente da carga; B, a capacidade da bateria e F, a capacidade da fonte, todos em Amperes, temos:

 

(1)  L + 0,1 B = 0,8 F

 

(2) 0,7 B = 10 L  => B = 10 L / 0,7

 

Substituindo B da equação (2) na equação (1) teremos:

 

L + 0,1 x ( 10 L / 0,7) = 0, 8 F  => L + L / 0,7 = 0,8 F  =>  F = 1,7 L / 0,56 (3)

 

Então, somando todos as correntes de consumo dos equipamentos a serem alimentados, saberemos a valor da carga  L, que aplicado na equação (3) nos informará a capacidade mínima da fonte.

 

Para se saber a capacidade do banco de baterias, basta informar o valor da carga na equação (2).

 

Exemplo 1:

 

Calcular a capacidade mínima da fonte de alimentação e do banco de baterias necessário para alimentar por 10 horas um sistema de CFTV composto por:

 

– 1 DVR 16 canais que consome 3 A (A fonte externa do DVR  não será utilizada, pois ele será ligado diretamente ao sistema no-break) ;

 

– 4 câmeras IR 50 m, que consomem 0,5 A cada;

 

– 12 câmeras IR 15 m, que consomem 0,3 A cada.

 

Solução:

 

1 – Determinar L (consumo total do sistema):  L = 3 + (4 x 0,5) + (12 x 0,3) => L = 8,6 Ah

 

2 – Obter a capacidade mínima da fonte, aplicando o valor de L na fórmula (3): F = 1,7 x 8,6 / 0,56 => F =  26,1 A

 

3 – Pela fórmula (2) obter a capacidade do banco de baterias: B = 10 x 8,6 / 0,7 =>  B = 123 Ah

 

Portanto, para esse sistema, deve-se utilizar uma fonte de 30 A conectada à 2 baterias de 65 ou 70 Ahligadas em paralelo.

 

ATENÇÃO: Escolha sempre uma bateria de capacidade igual ou pouco superior ao valor obtido no cálculo.

 

O fusível de proteção será de no mínimo 11,46 A (8,6 A / 0,75)

 

Exemplo 2:

 

Tenho uma fonte de 10 A sobrando, que gostaria de usar como no-break. Como calcular qual é a corrente máxima da carga que ela pode suportar e qual a capacidade das baterias que terei que comprar?

 

Solução:

 

1 – Temos F = 10 A

2 -Aplicar F na fórmula (3): 10 = 1,7 L / 0,56 => L = 5,6 / 1,7 => L = 3,29 Ah

3 – Pela fórmula (2) obter a capacidade do banco de baterias: B = 10 x 3,29 / 0,7 =>  B = 47 Ah

Portanto, uma fonte de 10 A carregando uma bateria de 50 Ah pode suportar uma carga de até 3,29 Ah por 10 horas.

Essa configuração deve ser suficiente para alimentar, por exemplo, um DVR de 4 canais com 4 câmeras ligadas à ele.

 

Instalando baterias estacionárias 

Os fabricantes recomendam que as baterias estacionárias sejam instaladas em ambientes com temperatura controlada (ar condicionado), já que sua temperatura padrão de funcionamento é em torno de 25°C.

 A vida útil de uma bateria estacionária cai pela metade para cada 10 graus acima da temperatura padrão. 

A utilização da tecnologia AGM (eletrólito imobilizado através da absorção no separador de fibra de vidro), que impede  o vazamento do eletrólito, permite que algumas baterias estacionárias sejam montadas na posição deitada, em prateleiras, economizando espaço no chão da sala.

 

Lição de casa

 

Refaça os cálculos do exemplo 2 para fontes de 20 e 30 amperes.

 

Depois faça uma tabela  com os 3 modelos de fontes (10, 20 e 30 A), a capacidade máxima de carga que cada uma pode suportar e a capacidade das baterias para cada uma.

 

Assim você já saberá de antemão qual configuração você deverá utilizar em seus próximos projetos.

 

Conclusão

A solução aqui apresentada tem várias vantagens em relação às 2 classes de no-breaks acima mencionadas:

 

– Não há interrupção no fornecimento de energia, como ocorre  no no-break off-line (short break);

 

– Custo inferior à qualquer no-break de mercado;

–  Funcionamento semelhante ao no-break online;

– Mais econômico, ecológico e eficiente que a configuração com o  no-break online, pois tem 2 circuitos a menos;

 

É claro que essa solução só pode ser aplicada para equipamentos que trabalham com tensão 12 VDC. Porém, salvo alguns DVRs baseados em PC ou DVRS stand alone top de linha, a maioria dos equipamentos utilizados em sistemas de segurança trabalha com essa tensão.

Por que não se deve utilizar baterias automotivas em no-breaks 

1 – As tensões são diferentes. Baterias estacionárias são formadas por células de 2,25 VDC cada, num total de 13,5 VDC para 6 células. Já as baterias automotivas são formadas por 6 células de 2,4 VDC cada, num total de 14,4 VDC.

 2 – Baterias automotivas, mesmo as seladas, liberam gases tóxicos (hidrogênio e vapor de ácido sulfúrico), que se dispersam sob o capô dos automóveis. Porém, o no-break geralmente fica na sala de segurança, dividindo o mesmo espaço que os operadores do sistema.

 3 – Baterias automotivas são projetadas para estarem sempre carregadas, em torno de 90 a 100% de sua capacidade total, função exercida pelo alternador. Quando ocorre uma queda  de energia, o no-break submete as baterias à um regime de descarga que não foi previsto para ser suportado por  baterias automotivas . Outra coisa que não foi prevista e que vai comprometer a vida útil da bateria do seu carro  é você deixar o som ligado no último volume por várias horas com o carro parado… Já as baterias estacionárias são projetadas para ciclos de descarga profundos, podendo chegar a 20 % de sua carga total sem que sua vida útil seja prejudicada.

 4 – Nas baterias automotivas, as placas ficam em uma solução de ácido sulfúrico, sendo importante a agitação dessa solução, o que acontece com a movimentação do veículo. Se forem utilizadas em no-break, a falta de agitação dessa solução causará  sedimentação, prejudicando  a vida útil da bateria. 

5 –  Pelos motivos explicados nos itens 3 e 4, a maioria dos fabricantes de baterias automotivas costuma dar de 12 a 18 meses de garantia para uso automotivo e apenas 3 meses para uso estacionário. O texto abaixo foi transcrito do manual de uma bateria automotiva: “Baterias utilizadas em sistema estacionário tais como: alimentação de TV, Rádio, Som, Etc., terão garantia de apenas 3 meses a partir da data de venda.” 

6 – Baterias  automotivas têm uma vida útil média  de 2,5 anos. Baterias estacionárias duram  em média 6 anos.

7 – Baterias automotivas têm que ser montadas no chão, lado a lado, o que ocupa grande espaço na sala. Baterias estacionárias podem ser montadas deitadas, em prateleiras, ocupando um espaço  muito menor (consulte o fabricante para saber se a bateria adquirida atende essas condições).

 

Fonte e credibilidade: http://www.institutocftv.com.br/no-break.html